Esta área de Ciências Humanas relativa ao Ensino Médio engloba os conhecimentos de História, Geografia, Antropologia, Filosofia, Política, Sociologia e Direito, tendo como objetivo a compreensão das pessoas sobre o lugar social que ocupam, levando-as a entenderem os diversos saberes que se articulam numa visão humanística.
Nesse sentido, desvincula-se do papel da educação tradicional, conteudista, que repassava os valores “elitistas”. Essa formação humanística busca identifi car e problematizar as questões relevantes a respeito da permanência de confl itos e violências em distintos espaços rurais e, especialmente, em grandes centros urbanos. Desse modo, essa área de competência busca refl etir sobre as singularidades culturais e o respeito à diferença – etnia, religião, gênero e sexualidade.
Portanto, é uma área que tem por objetivo apreender o conhecimento acumulado das diversas Ciências Humanas e assim compreender os diferentes elementos culturais que constituem as identidades: indivíduos e suas práticas cotidianas, seus confl itos pessoais e coletivos em múltiplos “espaços” – família, poder econômico e político do Estado, em âmbito local, regional e internacional.
Desenvolvendo Habilidades H-01
Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de
aspectos da cultura.
Texto de Relação
As fontes documentais escritas, a exemplo dos diários de viagem, relatos de experiência, memórias, ensaios científi cos, mapas, desenhos e ilustrações, consistem em um valoroso conjunto de argumentos vivos, capazes de responder as mais diversas perguntas pertencentes ao contexto historiográfi co e ao métier do historiador.
Nesse sentido, a partir da escritura dos viajantes estrangeiros que vieram ao país com interesse de catalogar a fauna e a fl ora e os aspectos geográficos, diversos temas acerca dos hábitos e costumes dos grupos sociais também foram descritos nesse processo, construindo uma valorosa carga informacional extremamente cara à contemporaneidade no sentido do remonte da memória e da reconstrução do passado.(Disponível em: http://www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anais/st_trab_pdf/pdf_10/fabiano_st10.pdf Acesso em: 10/04/2010).
Questão 1 – Enem 2010
O texto abaixo foi extraído de uma crônica de Machado de Assis e refere-se ao trabalho de um escravo.
“Um dia começou a guerra do Paraguai e durou cinco anos, João repicava e dobrava, dobrava e repicava pelos mortos e pelas vitórias. Quando se decretou o ventre livre dos escravos, João é que repicou. Quando se fez a abolição completa, quem repicou foi João. Um dia proclamou-se a República. João repicou por ela, repicaria pelo Império, se o Império retornasse.” (MACHADO, Assis de. Crônica sobre a morte do escravo João, 1897).
A leitura do texto permite afi rmar que o sineiro João:
a) por ser escravo tocava os sinos, às escondidas, quando ocorriam fatos ligados à Abolição.
b) não poderia tocar os sinos pelo retorno do Império, visto que era escravo.
c) tocou os sinos pela República, proclamada pelos abolicionistas que vieram libertá-lo.
d) tocava os sinos quando ocorriam fatos marcantes porque era costume fazê-lo.
e) tocou os sinos pelo retorno do Império, comemorando a volta da Princesa Isabel.
Favor comentar se gostaram da questão! Pois se os leitores estiverem gostando estarei postando mais algumas questões padrão do ENEM, a resposta e a solução da questão.
Solução comentada: A questão aborda fatos históricos como a guerra do Paraguai, a escravidão e a transição do Império para República. Não é exigido o domínio historiográfi co desses fatos, mas sim a capacidade de interpretação do texto presente no enunciado da questão. No texto, notamos que João, o responsável pelo badalar do sino (sineiro) não estava preocupado com os acontecimentos históricos, pois ele repicava o sino. Portanto, demonstra-se que João não tinha posicionamento político, apenas repicava o sino. João representa a maioria do povo brasileiro da época, “alienado” e sem comprometimento, nem participação na vida política e social do Brasil
Resposta D
Fonte: Fascículo 01 do Curso O POVO no ENEM – Universidade Aberta do Nordeste.